sábado, 7 de agosto de 2010

As Redes Sociais e os Nossos 3 "Eus"

Eu aqui, precisando escrever algo para o Blog e me lembrei do conteúdo de uma twittada que dei outro dia... Na verdade uma questão levantada sobre o fato de hoje em dia possuirmos 03 “eus”: o “eu real”, o “eu público” e o “eu virtual”.
Ando refletindo muito sobre como as redes sociais têm interferido na vida daqueles, como eu, que são seus fiéis adeptos. Muito se diz, tudo se cogita, mas nada se conclui porque cada um de nós é único em seu universo e  no seu modo de se relacionar com os outros, seja no mundo online ou não.
Fato é que eu realmente passei a possuir esses 03 “eus” de uns tempos pra cá. O meu “eu real” é aquele que só eu tenho acesso a ele. Ele está comigo o tempo todo. Sou eu quando estou comigo mesmo. Posso dizer que sou eu com a minha consciência.
Já o meu “eu público” é representado pela minha pessoa que se apresenta ao mundo físico, no meu dia-a-dia, nas minhas relações pessoais e profissionais.  Este eu, como o nome já diz, é público e o universo de pessoas que me conhecem pessoalmente é amplo, ligando o presente e o passado.
Mas e o meu “eu virtual”?  Quem é esse cara? Que imagem minha ele pode estar transmitindo para os outros? Entendo que ele vai muito mais além do que os meus dois “eus” citados anteriormente.
Ok, esse cara também sou eu! É aquele que vive conectado, postando idéias, links, vídeos, musicas. É aquele que igualmente interage com outros “eus” virtuais. Mas não se engane! O meu “eu virtual” não permite que você possa dizer: “Eu conheço o Renato”.
Você interage com aquele meu avatar do Twitter, do Facebook e outros. Creio até que você pode ter mesmo uma percepção bem realista de quem eu sou através das redes sociais que participo, mas é aí que mora o perigo. As pessoas começam a acreditar que se conhecem por conta daquilo que se digita ou se compartilha na WEB.
Não se iluda! Nem eu e nem você somos apenas o que as nossas imagens nas redes sociais podem expressar para os outros. No Twitter, por exemplo, eu tenho um foco muito mais profissional do que pessoal e quando me libero para mostrar um conteúdo mais pessoal isso é ainda insignificante perante os dois outros “eus” que possuo. Não acredite e nem diga que você me conhece por conta da existência de uma infinidade de avatares meus que pipocam por aí nas redes sociais.
Não estou renegando as redes sociais, muito pelo contrário. Sou um ávido participante e me faz muito bem poder interagir e compartilhar idéias e conteúdos com uma infinidade de pessoas. O que penso ser importante com relação as redes sociais é nunca deixarmos de perceber que elas são feitas por pessoas e não por avatares.
 Para mim uma rede social só atinge a sua finalidade quando ela promove um encontro de verdade entre seus membros. Migra do virtual para o real. Um encontro pessoal que pode ser a dois ou em grupo. Que pode ser motivado por lazer ou mesmo pelo surgimento de uma oportunidade de negócio entre pessoas que possuem convergências de idéias e de interesses.
Quando uma rede social da qual participo alavanca um encontro pessoal meu com algum de seus membros, eu consigo promover a integração dos meus 03 “eus”, pois o “eu virtual” estará existindo até o momento em que ser der o encontro, passando aí o “bastão” para o meu “eu público” interagir (que agora sim irá permitir a outra pessoa dizer que me conhece). Antes, durante e depois entrará em cena o meu “eu pessoal” vivenciando a ansiedade da expectativa do momento, o direcionamento da minha conduta pessoal durante o evento e, ao final, ele estará refletindo comigo sobre tudo que aconteceu e poderá acontecer daí para frente.
Não tenho qualquer preferência por qualquer um dos meus 03 “eus”. Todos são importantes em separado ou quando podem estar próximos, porém, confesso que sou fã do meu “eu virtual” e adoro conviver com ele e usufruir das possibilidades que ele me oferece. Por isso desejo vida longa as redes sociais e as integrações que elas nos permitem.
Vida que segue no real, no virtual ou em ambos.
Por Renato Serra