quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Inteligência Competitiva e a Integração com Marketing e Redes Sociais

Para cada uma das mídias sociais, há uma aplicabilidade que pode ser utilizada pela área de IC. É sobre o que fala Daniela R. Teixeira, especialista em Inteligência Empresarial.

No artigo anterior, mostramos que a integração da Inteligência Competitiva com a área de Vendas começa a ganhar força quando há uma troca de informações constante, periódica, gerenciada e, se possível mensurada. Usamos um caso real para mostrar como isso pode acontecer no ambiente corporativo.

O presente artigo vai mostrar como a Inteligência Competitiva pode se beneficiar com práticas integradas de Redes Sociais. Para contextualizar o assunto no ambiente corporativo, vamos começar com um panorama geral das Redes Sociais nas ações de marketing.

Redes Sociais nas ações de Marketing

Redes Sociais é sobre como “montar um plano para sua empresa inovar em rede, preencher os elos ausentes entre as comunidades da sua empresa, criar interconexões e interações, facilitar laços interpessoais, sincronizar comportamentos, comunicar informações, interconectar pessoas, influenciar o espectro completo da discussão sobre gestão de conhecimento e gestão da inovação. Resumindo, sua empresa trabalhará em rede, nas redes, sem barreiras.” Gosto muito dessa definição do Gil Giardelli por não colocar as redes sociais apenas no patamar de ferramentas como o Linkedin, Orkut, Twitter, Facebook, You Tube e por aí vai.

Infelizmente, há empresas que pensam que por marcarem presença no You Tube e Twitter estão desenvolvendo um trabalho de redes sociais. Há questões importantes a serem avaliadas como o monitoramento periódico do que estão falando sobre a sua empresa nessas redes sociais e, antes disso, traçar uma estratégia, ainda que de curto prazo, para a inclusão da sua empresa nas redes sociais. Isso inclui priorizar as redes sociais que serão monitoradas com maior frequência.

Hoje, as redes sociais são tema de destaque na mídia e já existem algumas empresas desenvolvendo um trabalho integrado na inclusão das redes sociais nas ações de marketing.

Embora as empresas já estejam cientes da importância da web 2.0 e das redes sociais, os resultados mostram que esses meios ainda são pouco utilizados pelas empresas.

Em recente pesquisa publicada pela REVIE Inteligência e MBI com 84 (oitenta e quatro) empresas participantes, apenas 12% indicaram utilizar redes sociais abertas nas ações de Marketing e Comunicação com clientes, parceiros, fornecedores ou provedores de serviços. A conclusão é que ainda há poucas empresas no Brasil alcançando resultados e se beneficiando com ações em conjunto, englobando as redes sociais e marketing.

Os fóruns de discussão estão entre os mais citados para ações de Marketing e Comunicação com clientes, parceiros, fornecedores ou provedores de serviços.

Isso porque é comum termos profissionais das empresas ‘infiltrados’ em fóruns de discussão. Essa estratégia, se bem conduzida, pode ajudar nas vendas, na imagem da empresa e na divulgação de lançamentos dos serviços/ produtos.

O You Tube e o Twitter também são poderosos como ferramentas de marketing, mas se a empresa se expor de forma inadequada, essas redes sociais podem prejudicar a empresa, em vez de ajudá-las em marketing e vendas.

Inteligência Competitiva e as Redes Sociais

“Um dos grandes desafios das instituições é organizar informações em uma sociedade faminta de sentidos e obesa de informações”.

Embora essa frase do Paulo Nassar não seja específica para uma área, resume exatamente o que temos em Inteligência Competitiva: muita informação desconexa que precisa fazer algum sentido; muita informação que precisa ser transformada em oportunidades, estratégias, planos e ações para as empresas.

Um gerente administrativo me perguntou esse ano quais eram as principais qualidades de um profissional na área de Inteligência Competitiva. Disse sem pensar: ser organizado, ter boa memória e alta capacidade analítica.

A organização evita a perda de tempo na busca da informação. Quantas vezes você já ouviu ou já falou: eu salvei isso em algum lugar. Já a memória é peça chave no cruzamento de dados e informações para análises assertivas.

Para trabalhar com tanta informação e ainda monitorar o mercado e a concorrência nas redes sociais, o profissional de Inteligência Competitiva vai precisar de tudo isso: organização, memória e alta capacidade analítica.

Com a emergência das redes sociais no ambiente corporativo, o profissional de Inteligência Competitiva tem mais uma ferramenta poderosa a seu favor.

Costumo dizer para as empresas que nos procuram: se as ferramentas de redes sociais forem bem utilizadas no ambiente corporativo, vai trazer benefícios não só para a área de Inteligência Competitiva.

Tudo começa com a escolha de uma estratégia, uma forma de trabalho para inclusão das Redes Sociais no trabalho da área de Inteligência Competitiva. Uma das etapas fundamentais é mapear os principais concorrentes e as redes sociais nas quais pertencem ou atuam de forma mais pertinente. Podemos fazer também uma matriz para comparar as redes sociais da empresa com a de seus principais concorrentes.

Como exemplos de ações concretas que temos orientado os nossos clientes: podemos encontrar informações faltantes sobre um concorrente no Linkedin; podemos encontrar informações sobre o lançamento de um produto rapidamente no Twitter, antes de iniciarmos uma investigação mais apurada da área de Inteligência Competitiva. Ou ainda: podemos visitar o Orkut e checar o que andam falando da empresa x dos principais concorrentes.

Para cada uma das ferramentas de redes sociais, há uma aplicabilidade de situação que pode ser utilizada pela área de Inteligência Competitiva. Cabe a nós, profissionais de Inteligência, decifrar qual delas é a mais adequada, para qual situação, uso e periodicidade.

Há um universo imenso de possibilidades para as empresas serem bem sucedidas nas suas ações de Inteligência, Marketing e Vendas. A imersão nas redes sociais é um dos caminhos.

Por Daniela Ramos Teixeira - Diretora da REVIE Inteligência Empresarial, empresa de consultoria e tecnologia em Inteligência Empresarial e Inteligência Competitiva. www.revie.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Marketing Digital - E o "Dia do Cliente 2.0"?


Hoje, 15 de setembro, é celebrado o “Dia do Cliente”. Bom, então parabéns para mim e parabéns para você, pois afinal, todos nós somos clientes. Compramos, consumimos, ficamos felizes ou decepcionados com as opções de compras que vamos fazendo pela vida afora.
Porém, parei para refletir se eu sou um cliente “feliz”, se costumeiramente estou contente com os produtos/serviços que adquiro; se as empresas/marcas com as quais mais consumo me tratam bem e reconhecem o meu valor. Fiquei deprimido!
Possuo cartões de várias empresas como Lojas Renner, C&A, Carrefour, Saraiva, Centauro e, lamentavelmente, elas não me tratam tão bem como eu queria e até mereceria. Nenhuma delas jamais procurou obter de mim informações sobre as minhas necessidades e interesses. Sou cliente C&A há mais de vinte anos e com certeza eles não sabem se eu prefiro uma cueca Box ou uma do tipo slip. A Renner até sabe a data do meu aniversário, mas quem disse que na véspera dele ela me envia alguma mensagem me dando os parabéns e oferecendo alguma oferta relevante para me agradar, incentivar o consumo e reconhecer o nosso relacionamento.
É aí que o “bicho pega”. Que relacionamento? Eu ir comprando, comprando e comprando e nada mais acontece. Só eu me “relaciono” com o meu dinheiro? É ruim, em?
Esse é o grande erro. As empresas não sabem ou não querem investir nos relacionamentos com os seus clientes. O problema é que os clientes mudaram de perfil, estão como eu, mais exigentes e seletivos. Podemos consumir, mas queremos ser ouvidos, sonhamos com um atendimento mais personalizado e de acordo com os nossos interesses (não me envie uma oferta de um DVD de Axé, se eu odeio Axé. Eu quero uma oferta de DVDs de Rock! Sabia?).
Gosto de sanduíches e consumo de todos os tipos, mas se eu começar a receber por e-mail ou por DM do Twitter mensagens do Burger King me informando que tem uma oferta especial para de um determinado sanduiche ou combo, é natural que eu comece a dar prioridade de consumo a eles, por conta da satisfação gerada pelo relacionamento e as vantagens que este relacionamento me oferece. Que vantagens? Para mim, além de eu me sentir valorizado, recebo ofertas e promoções especiais e relevantes. Para a marca a vantagem é que ela pode estar conquistando um cliente fiel, que tende a consumi-la mais e ainda indicá-la para outras pessoas. A tão sonhada e cheia de credibilidade propaganda boca-a-boca.
Ok, tudo bem, hoje é o “Dia do Cliente” e podemos até batermos algumas palmas, mas é pouco! Queremos muito mais. Que tal as empresas e marcas entenderem e investirem no “Cliente 2.0”. Pois é, nos dias de hoje, com tantas pessoas conectadas e participantes das mídias sociais, ficou muito mais fácil para as empresas se relacionarem com os seus clientes e melhor satisfazê-los.
Sou um “Cliente 2.0” e só vou ficar feliz quando as marcas que eu consumo entenderem isso. Mais do que uma relação pura de consumo, eu quero manter relações de parcerias com as marcas. Que tal uma relação “ganha-ganha”?
Se liguem aí empresas! O ano é 2010 e os seus clientes também vivem na mesma época. Corram atrás deles! Existe uma grande variedade de meios para que vocês consigam interagir com relevância no relacionamento com os seus clientes. Estamos esperando, ansiosamente, para aí sim comemorarmos o “Dia do Cliente”. 

Por Renato Serra