segunda-feira, 22 de abril de 2019

Perennials mudam comportamento social e de consumo, segundo pesquisa.

Walter Longo apresentou dados sobre essa geração que hoje são 17% da população, mas correspondem ao dobro disso em potencial de consumo.


“É hora de esquecermos a forma que sempre utilizamos para segmentar e estratificar a sociedade. A chegada dos Perennials muda tudo na análise do comportamento social e de consumo”, declarou Walter Longo, sócio e CIO da BBL, holding de entretenimento especializada em e-sports, no evento “Marketing de Engajamento: em busca da audiência perdida”, realizado no último dia 26 no Cubo Itaú, em São Paulo.
Walter Longo apresentou pesquisa encomendada pela BBL e realizada pela MindMiners, que buscou identificar os Perennials e seu novo comportamento social. “Eles são 17% da população, mas correspondem ao dobro disso em potencial de consumo e o triplo na capacidade de influenciar os demais. Essa geração é uma fatia importante do universo gamer, embora muitos pensem que esse universo seja formado apenas por Millennials. O mercado gamer é avaliado atualmente em US$ 1,5 bilhão e cresce 20% ao ano, com 454 milhões de espectadores globais, sendo 30 milhões apenas no Brasil”, destacou Longo durante a apresentação.
Perennials
Os Perennials não se relacionam por idade e sim por identidade. São pessoas de qualquer faixa etária, que vivem o presente, adotam tecnologia precocemente e têm amigos de múltiplas faixas etárias. Segundo a pesquisa, Perennials são 85% mais interessados em tecnologia, 33% em games, 42% em livros e 24% em cinema, em comparação com a média da população geral.
Essa geração também prefere ficar em casa e assistir streamings online ou TV à cabo do que sair para festas. E, dentre os conteúdos mais consumidos, estão os documentários e jornalismo, destacando uma queda de audiência em TV aberta mais acentuada em comparação com a população geral. A amizade e as relações para os Perennials são marcadas pelos interesses comuns, mais que na faixa etária, proximidade física ou grau de parentesco.
“Os Perennials gostam de marcas com propósito e que assumem causas. Empresas como a Amazon e Netflix estão liderando esse processo hoje porque segmentam seus produtos por comportamentos e estilos de vida e não mais por critérios de idade. A maneira de perceber a realidade determina a forma como uma empresa pode se diferenciar da concorrência”, explica o executivo.
Perennials vs. e-sports
O e-sports conecta todos os Perennials por meio de uma plataforma inclusiva, lúdica e participativa. É possível ter jogadores de 45 anos disputando torneios com garotos de 18 anos. “O engajamento, natural dos Perennials em tudo que fazem, encontra nos games a resposta mais lógica para exercer sua visão colaborativa e participativa do mundo. Em 40 anos de atividade em marketing nunca conheci nada tão engajador e com tanta capacidade de crescer como o universo do e-sports”, disse Walter Longo.
Este é um fenômeno inédito por diversas razões, como:
  • Conectar pessoas globalmente, formando uma tribo sem limites demográficos;
  • Faz parte da sociedade cada vez mais conectada;
  • Permite a interatividade e geração de Big Data para retargeting e pós-marketing;
  • É inclusivo e dá oportunidade a todos, independente de idade, gênero ou classe social;
  • Gera engajamento em 3D: pelo jogo, pelo time e pelo evento.
Tanto que os e-sports apareceu pela primeira vez no Tech Trends Report, apresentado pela futurologista Amy Webb, durante o SXSW 2019. “Há uma corrida do ouro para as marcas que desejam fazer parte desse mercado. Precisam se integrar e criar um relacionamento com o público-alvo para alcançar o engajamento. O digital é engajamento com experiência. Mas a abordagem deve ser cuidadosa, colaborativa e com respeito”, finalizou Longo.