sábado, 24 de abril de 2010

O Universo dos Sem Rostos



Em apenas 140 caracteres você pode ter o mundo conectado a você. Basta um vídeo no Youtube e você pode ter os seus 15 minutos de fama ou mais. Redes e mais redes sociais, um mundo ligado e instantâneo...WEB 2.0, TV, rádios e jornais. Tantas informações e conteúdos que até fica difícil de se absorver. Excesso de informações, falta de tempo (quem dera o dia tivesse 30 horas?).


Mesmo sentados em frente a um computador estamos sempre correndo e, lamentavelmente, nos esquecendo de regras básicas de boa convivência e até mesmo de civilidade. Nossos 5 sentidos já não fazem tanto sentido. Tudo tão rápido, tudo tão corrido e urgente! Vivemos cada vez mais de forma instantânea e individualista apesar de fazermos parte de tantas redes de relacionamento. Nos relacionamos com quem e pra que?

O mundo é cada dia mais uma aldeia de barbaridades e as pessoas já não têm mais rostos. Estamos ficando vagos. Apenas corremos de um lado para o outro o tempo todo, perdidos em tantas informações e apenas capazes de comentá-las ou criticá-las. Cada vez mais nos acomodamos e sobrevivemos na superfície das relações, sem maiores aprofundamentos e ao bel prazer de um controle remoto na mão.

Onde ficou a essência do ser humano que é a de ser gregário? Onde ficou a aquela necessidade de estar junto, de abraçar, de olhar nos olhos, de sentir? Quando eu era moleque nos anos 70 e via desenhos ou filmes de ficção, ficava imaginando como seria o "Ano 2000"? Imaginava um mundo cheio de facilidades, meio Jetsons (seria fantástico se eu tivesse hoje uma empregada doméstica robô) onde tudo seria mais fácil de se fazer e sobraria muito mais tempo para estar com os amigos e com a família. Vivemos sim, cada vez mais, em um universo Jetson, mas nós é que somos os robôs. Corremos, corremos e corremos.


A humanidade está cada dia mais desumana. Pessoas têm nomes, nick names e @algumacoisa em um punhado de perfis em redes sociais mais quase não socializamos mais. Isto já basta? Convivemos com um universo de atrocidades, maldades, corrupção, insensatez e atropelamos sempre os nossos valores e princípios universais. Valorizamos mais aspectos físicos e materiais em detrimento daquilo que nos poderia consolar e preencher os nosso espaço interior, a nossa essência, que é o amor, o companheirismo e a solidariedade.

O que podemos fazer, cada um, para mudarmos este rumo frio e vazio da humanidade? Qual é o nosso papel? Pessoas sem rostos? Pessoas com as faces cobertas por sacos de papel? Evoluímos pra que? Para degradar o planeta e também as relações humanas? Quem pode me dizer o que devemos fazer? Como mudarmos o rumo de tanta coisa errada?

Por fim, coloco aqui um sentimento expressado por Chico Xavier e que é de conhecimento de muitos, mas que sempre é útil para uma saudável reflexão: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Por Renato Serra


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